quinta-feira, 4 de setembro de 2008

mundo


e se eu quiser partir. vou embora. vou ser astronauta. vou nadar no Mar Morto. vou ensinar borboletas. vou mergulhar com baleias. vou dormir com a luz acesa. vou acordar a noite. vou falar a língua do surdo. vou dançar tango. vou ser qualquer coisa. desde que seja diferente. independente. sorridente. estridente. impertinente. essa coisa de moda. apartamento. chão. e sorvete. não tem mais graça. quero ter outro estilo. morar no campo. viver nos ares. comer jabuticaba no pé. e esquecer. talvez eu conheça um pôrto. mas não quero ficar atracada. nem deixar fortes marcas. porque sou assim. sutil. venho. e vou. não cultivo jardins. não tenho cachorro. mas tenho um amor. esse que espero. e procuro. nas noites mais claras. e nos dias mais escuros. encontro bares furrecas. durmo no mato. e grito no ar. vou voar. pro continente de gelo. onde só tenha neve. flocos brancos. vento serrano. vou inventar algumas mágicas. e serei livre. como o vento. que ninguém prende. mas todo mundo sente. tocarei campainhas. comerei bolo quente do sítio. depois vou lutar com leão. roubar pão. tocar gaita. escrever rimas. ler alguns livros. até chegar na minha casa. que não tem rua. nem número. fica num lugar que chama mundo...

8 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

lembrei da casa do Vilaró e do Vinícius...

"não tinha teto
não tinha nada..."

continuemos, Jaque.
Abraço.

Antunes Ferreira disse...

LISBOA - PORTUGAL

Olá Jaque!

Cheguei a este blogue através de outros que costumo visitar e neles postar comentários. Cheguei, vi e… gostei. Está bem feito, está comunicativo, está agradável, está bonito – e está bem escrito. Esta é uma deformação profissional de um jornalista e dizem que escritor a caminho dos 67…, mas que continua bem-disposto, alegre, piadista, gozão, e – vivo.

Só uma anotaçãozinha: Durante 16 anos trabalhei no Diário de Notícias, o mais importante de Portugal, onde cheguei a Chefe da Redacção – sem motivo justificativo… pelo menos que eu desse com isso… E acabo de publicar – vejam lá para o que me deu a «provecta» idade… - o me(a)u primeiro livro de ficção «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola (1966/68) em que, bem contra vontade, infelizmente participei como oficial miliciano.

Muito prazer me darás se quiseres visitar o meu blogue e nele deixar comentários. E enviar-me colaboração. Basta um imeile / imilio (criações minhas e preciosas…) e já está. E se o quiseres divulgar a Amiga(o)s, ainda melhor. Tanto o blogue, como o imeile, tá? Muito obrigado

www.travessadoferreira.blogspot.com
ferreihenrique@gmail.com

Estou a implementar e desenvolver o projecto que tenho para o meu www.travessadoferreira.blogspot.com e que é conferir ao meu/vosso/NOSSO blogue a característica de PONTO DE ENCONTRO entre os Países fraternalmente ligados – Portugal e Brasil. E outros PALOP e etc…
Se me enviares o teu IMEILE, poderei enviar-te «coisas» que ache interessantes. Se, porém, não as quiseres, diz-me que eu paro logo. Sou muito bem-mandado (a minha mulher que o diga…) e muito obediente (cf. parênteses anterior). Abrações e queijinhos, convenientemente repartidos e distribuídos

– Desculpa por este comentário ser tão comprido e chato. Como a espada do D. Afonso Henriques…
- Já conheces o me(a)u «Morte na Picada» que acima menciono? Há quem diga que é muito bom. E até que é o melhor que se escreveu em Portugal sobre o tema. Dizem… Obviamente que não sou eu a dizê-lo… Só faltava… E também há quem tenha escrito que é SANGUE & SEXO… Malandrecos… Pelo sim, pelo não, compra-o.
Depois de o leres, se, por singular acaso, tiveres gostado dele, terás de comprar muitíssimos mais exemplares. São excelentes prendas de aniversários, casamentos, divórcios, baptizados, e datas como Natais, Carnavais, Anos Novos, Páscoas, Pentecostes, vinte e cincos de Abris, cincos de Outubro, dezes de Junhos. Até para funerais. Oferecer o «Morte» na morte fica bem em qualquer velório que se preze. E, além disso, recomenda-o, publicita-o, propagandeia-o, impinge-o aos Amigos, conhecidos, desconhecidos & outros, SARL. Os euros estão tão raros e... caros...
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A editora da obra é a Via Occidentalis (occidentalis@netcabo.pt) cujo site é www.via-occidentalis.blogs.sapo.pt. Neste blogue podem ser consultados mais dados sobre o livro, cujo preço de capa é € 14,70. ATENÇÃO: Pode ser comprado pela Internet.
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NOTA IMPORTANTE: Este texto de apreciação e informação é similar em todos os casos em que o utilizo. Digo isto, para quem não surjam dúvidas ou suspeitas sobre a repetição em diferentes blogues. E para que ninguém se sinta ludibriado – ou ofendido… Há feitios que… Chamo-me Henrique e gosto de que assim me tratem.

Mas, sublinho, apenas uso este texto quando o entendo, isto é, quando gosto mesmo dos que visito. Nos outros onde também vou, se não gosto, saio sem comentários. Há muitos mais. Aqui na terrinha diz-se que «se não gostas, põe na beirinha do prato…»

Alexandre Henrique disse...

Genial Jaque, texto do tipo;no mundo eu sou a eletricidade! Ah Jaque, eu tinha notado isto aqui, tinha sim, mas que maravilha que você deixou isto tão claro, é uma escrita falando da maneira de escrever! Lindo, moça, lindo!

P.s Mudou a foto da hipnose pra uma de uma moça pronta pra cometer um crime shshshs , linda :) :* .

Mariah disse...

depois de tudo isso...eu nem sei se voltaria...acho que ficaria andando na chuva com a blusa manchada de jabuticaba.
jabuticaba mancha?
mancha é com "ch" ou "x"?
por que a vida é sempre assim tão cheia de detalhes?

Daniela disse...

Como é q se ensina borboletas???

Eu tb quero!

Jaqueline Lima disse...

Para Dani:

Ensino as borboletas. a sentirem no mais profundo. a sensação de viver apenas um dia. como se fosse uma vida. um enredo. uma canção. depois deixo que elas pousem em minhas mãos. e observem ao meu lado. então elas me contam como é poder voar...

Carolina Sperb disse...

vá, minha querida, e não olhe para trás. encare a vida. grite. seja quem você quer ser e veja o mundo com os olhos da liberdade. deixe as coisas prés e pós... viva a intensidade do agora, sem hora.
vá. e depois me conte como é.

:)

Camilla Tebet disse...

E viver essa liberdade, nem que seja nsa palavras é mais que justo. Sim, liberdade é uma forma de justiça. Bolos quentes, mato, vento serrano, tudo direito seu pra organizar ou desorganizar sua mente para que respires melhor. E continue vivendo a vida das palavras também.
Leio-te sempre com prazer.