sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Gabi e Gi.

o telefone tocava mais alto do que a vontade dela de atender. não esperava ligações de ninguém. parecia um incômodo. naquela hora. ela acabara de se deitar. mas ele não parava. esguelava. pertubava. ela levantou-se de súbito do sofá.
-Alô? disse ela em tom estridente.
-Gabi. é você? disse uma voz que ela parecia conhecer.
-Sim. quem é?
-Sou eu, o Gi. estava pensando em você. precisava ouvir sua voz.
-Está tudo bem comigo. a correria é grande. mas do mais...
-Ah. sinto falta de poder conversar com você todas as manhãs. quando pegávamos o mesmo ônibus. e eu vivia te salvando de apuros.
-Era bem legal. conversávamos muito né...
-É sim. falávamos de nós. nossos sonhos. nossas vontades. nossos medos. nossa vida. era legal.
-Além do mais você me levava a lugares íncriveis.
-É mesmo. eu conhecia mais a cidade que você. gostava de mostrar as coisas. ficavamos mais tempo juntos. sem pressa. mesmo quando você andava rápido demais.
-Ahh. era a cidade. não sei explicar.
-Foi triste ter que me despedir de você, Gabi. tomamos uma coca-cola num posto. repleto de gente. tinha algumas coisas pra dizer.
-É foi ruim ter que voltar também. mas faz parte. e não me trate como se eu estivesse morta. sempre que precisar sabe onde me encontrar.
-Mas é diferente. é distante.
-Não precisa ser. te tenho como um grande amigo até hoje. e as coisas não precisam mudar.
-VocÊ sabe que eu te amo muito né...
-...(silêncio) minha campainha tá tocando. tenho que ir Gi. mas se precisar de ajuda. ou qualquer coisa.
-Tchau.
e desligou. ela ficou espantada. há tanto tempo que não falava com ele. nem sequer sabia direito como ele estava. e pensar que ela esperou tanto. desejou tanto que ele falasse alguma coisa. que ele sentisse o que ela sentia. mas por não saber. se calou. se guardou. e agora vive. vai se casar no começo do ano que vem. e mesmo. ficando ali. pensativa. não podia esperar mais. já havia dedicado longo tempo de sua vida a ele. agora era de outro. e firmaria juramento. eterno. não podia mais voltar átras. era insensato. e nem sequer tinha certeza. atendeu a porta. era o noivo. que chegava com flores. e sorrisos. que eram dela. sem segredo. sem espera. sem medo. a porta se fechou. e ela pensou. mas agora não tinha tempo...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Till the end.

(Imagem-Devian Art)

Na parede ainda estava a frase deles. ele tinha ecsrito de canetinha. enquanto ela tomava banho. era a maior declaração que ele havia feito. embora fizesse tudo por ela. fugia de casa. esperava no portão. cuidava dela. segurava ela nos braços. cantava. fazia poesia. mandava flores. possuia. fazia jantar. ia à alguns lugares que odiava. telefonava todas as noites. enviava cartas.
e ela. escrevia todas as noites pra ele. se guardava pra ele. esperava por ele. qualquer toque do telefone ela vibrava. desejava que ele aparecesse de surpresa. no meio da noite. só pra ficar com ela. mesmo que em segredo. pularia no colo dele. abraçaria ele com tanta força. depois beijaria ele por algum tempo interminável. olharia nos olhos dele. pra ter certreza. e então saberia. pensava nele. o tempo podia voar. pra que eles logo ficassem juntos.
-Tenho tanto medo de te perder.
-Não. Eu sou sua desde que éramos crianças. Não é qualquer um que encontra a pessoa de sua vida na infância.
-Se pudesse te daria o céu.
-Não é isso que quero. Só você. Só nós. No mesmo teto. Todas as manhãs. Tardes. E Noites.
o amor dela tinha escolhido ele. assim. querendo. foi uma justaposição de sentimentos bons. desde a primeira vez que o viu. os cabelos dourados. que ela gostava tanto de desarrumar. os olhos esverdeados. a boca. as mãos. tudo. ela queria tudo dele. desejava o inteiro. olhou de novo para a parede e sorriu. a frase deles perpetuava ali. assim como a história deles. a frase que ele tinha escrito. era o que simbolizava o amor deles. ali. paticular. privativo. dizia assim: TE AMO DAQUI ATÉ A LUA IDA E VOLTA PRA SEMPRE.

P.s:
Ao meu primeiro e grande amor(desde que éramos duas crianças).

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cegueira.

esfregou os olhos. fortemente. mas nada podia ver. a não ser uma sombra branca. havia ficado cega. não via nada. no primeiro momento. se apavarou. estava no meio de uma rua movimentada. ouvia buzinas. pedia socorro. mas ninguém mudava o rumo. nem sequer entortava a cabeça. pra ver o que acontecia ali. sentiu alguém lhe puxar o braço. e perguntar se estava tudo bem. ela disse que estava cega. misteriosamente. os sintomas ocorreram com mais alguns milhares de pessoas. e o mundo se tranformou num caos. e foi assim. que a loucura. mais porca. e absurda. se instalou. as pessoas pararam. porque agora não podiam ver. a violência continuou. agora não precisavam mais temer. ninguém podia enxergar. nem denunciar. era a lei da sobrevivência. a lei dos homens. a lei da vida. quem for mais forte. e mais esperto vive.
TRIM. TRIM. TRIM!!!
era o despertador. que insistia em chama-la naquela manhã. interrompera seu sono. iniciara sua realidade. tocou o chão. ainda com os pés descalços. como era quente aquele quarto. abriu a janela. pra entrar ar e luz. foi até a pia. pegou escova. e pasta de dente. se olhou no espelho. e olhou de novo. pra ter certeza que enxergava. ufa. podia ver. que alívio. não tropeçaria. nem teria problemas. com buracos na rua. foi isso que pensou. como era egoísta. ao trancar o portão. se virou para o ponto de ônibus. que ficava na p´roxima esquina. havia algumas pessoas lá. as mesmas de sempre na verdade. conviviam a semana toda. e nem sequer sabiam os nomes. um do outro. lembrou um dia que fora assaltada. todos em volta. olhavam. mas ninguém a ajudou. deixaram acontecer. como se não enxergassem. ou então aquelas crianças. ali jogadas na rua. ela via todo dia. parecia não enxergá-las. talvez tivesse sonhado a verdade. eram cegos. todos. o mundo já era um caos. por completo. o poder já trazia violência e medo. além de desigualdade. podiam não perceber. mas tropeçavam todos os dias em buracos. que os outros deixavam ali. sem aviso. porque eram egoistas como ela. não se importavam. a lei era viver só. e passar por cima de tudo. inclusive de pessoas. que coisa doida era essa. ela começou a pensar. e deciciu que nunca mais queria sonhar de novo...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

o elevador.

ele chegava na casa dela. e lá vinha a grande ladainha. nada era bom o suficiente. tudo ela implicava. era o tempo. era a TV. ou o guarda-roupa. ele só ouvia. olhava para os lados. como quem quisesse falar de outra coisa. qualquer assunto. menos aquele pessimismo. exacerbado. que ás vezes a tornava chata. ela não era chata. só exagerada. tinha o vício de falar de mais. e ouvir de menos. ele até que gostava. mas alguns dias. enjoava. por isso pediu um copo de água.
-Linda, me dá um copo de água?
ela parou espantada com o pedido. porque ele sabia onde ficava os copos. e também a água. surpresa. ela questionou.
-Você quer gelada ou do filtro?
-Pode ser gelada. tá calor hoje.
-Pois é. esse tempo maluco...
-Ahhh...o que vamos fazer hoje? você está maquiada. mas ainda de pijamas.
-Vou me trocar. é rápido. já sei com que roupa vou. só um minutunho.
bom sempre que ela dizia que seria rápido. ele esperava por pelo menos meia hora. mas dessa vez. foram apenas alguns minutos. e ela apareceu no corredor. ele não tirou os olhos no corpo dela. como estava linda. desejou-a. ali. naquele instante. sem pressa.
-Vamos?
-Claro minha Linda...
-Onde você vai me levar hoje? sorriu ela.
-Pras estrelas.
-Nossa...agora você me deixou animada. faz frio lá? porque se fizer preciso pegar um casaco...
-Não. fica assim. desse jeito. tá bonito. eu gosto.
-Tudo bem.
ela saiu na frente. e ele paralisado. ainda atordoado. olhava ela. agora aceitava todas as injúrias que ela tinha. podia falar demais. podia fazer qualquer coisa. desde que estivesse ao lado dele. com ele. ele. apesar de ter sido marcado pela forte vontade carnal. olhou para o sorriso que ela tinha. e as covinhas que marcavam a buchecha dela. como ele a achava perfeita. e a amava. sim. era amor. depois de tanto tempo. parecia que se conheciam. tudo. o que um gostava. o que o outro detestava. e viviam. assim. desvendando. e marcando as partes. que eram só deles. o elevador então chegou. ela chamou. ele correu. foram eles a caminho das estrelas.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

o áquario e a selva de pedras

Enquanto olhava aquele aquário. perseguia os peixes. porque sentia ciúme deles. podiam viver naquela bolha de água. mesmo que pequena. parecia interessante. tapou o nariz. prendeu a respiração. queria ver quanto aguentava. não suportava mais a idéia de viver naquela selva de pedras. as pessoas que eram animais. tranformaram o habitat. em algo sujo. feio. sem contar em como se comportavam. agora quando amavam. matavam. ignoravam-se por vaidade. se diferenciavam por cor. se iludiam com egoísmo. se vendiam por status. se maquiavam pra fingir. ela não. queria um viver diferente. queria chorar de saudade. amaria com toda intensidade. não teria cor nenhuma. nem seria vaidosa. porque queria ser só alguém que vive. e isso não significava que tudo seria bom. nem legal. tampouco fácil. ela se divertiria. na medida do possível. quando tivesse que se aborrecer. pronto. se aborreceria. depois iria para uma locadora. alugaria dançando na chuva. estoraria pipoca em casa. e apagaria as luzes. para parecer cinema. e sorriria. depois choraria. então dormiria. e acordaria. tomaria café. se vestiria. iria para o trabalho. cumprimentaria as pessoas na rua. tomaria um ônibus. depois o metrô. seria normal. acontece que o mundo hoje. era estranho. as pessoas se comportavam de uma forma banal. talvez nem fossem mais um animal. eram um monstro. pode ser. é que pareciam. quando falavam e agiam. não. essa coisa toda não era pra ela. porque aquela menina não sabia. como mexer em revólver. nem como bater nas pessoas. sabia no máximo. se irritar. falar algumas coisas. mas depois desculpava-se. tinha medo de ser como eles. ou mesmo de não poder impedi-los. por isso queria que o mundo parasse. este era um brinquedo. do qual ela gostaria de descer. tava enjoada de tanta violência. se tornou intolerante com a dor. sua. e dos outros.

P.S: Este texto foi feito para as pessoas que esqueceram o que é viver. tornaram-se hipócritas. a ponto de fingir. e então. dizem não valer a pena. acredito que para ninguém. a vida tem sempre sabor de leite condensado. alguns momentos sentimos o gosto amargo do jiló. mas continuamos. chorar faz parte. assim como sorrir. perder um companheiro. é normal. dói. depois passa. e mesmo que você nunca o esqueça. você pode ser feliz com outro. e completo também. porque cada um é inteiro. ninguém tem a outra parte. porque ninguém pode ser responsável por outro. além de si mesmo. espero por mim. e por todos. que as pessoas pensem. de verdade. e vejam que as coisas não estão certas. não como estão hoje. e não digo isso apenas pelo que vejo na TV. tanto Eloá. como a menina Isabella. foram vítimas. de nossa indiferença. de nosso descaso. porque achamos que tudo é normal. que é época. não. não é. alguns principios não são deixados no tempo. não importa que alguns anos passem. matar. roubar. machucar. isso nunca vai ser certo. nem ter justificativa. por isso parem de fechar os olhos. e não deixem o mundo degrincolar...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Tarde- noite.

A saudade já doía. não sabia se era medo. ou angústia. ele podia não voltar. nem telefonar. e se ela ficasse ali. esperasse. e as estações mudassem. olharia pela janela de vidro fosco. que dava para a rua vazia. depois se cansaria. fecharia a cortina amarela. que ele ajudara escolher. num outro ano qualquer. e se encolheria no sofá. ligaria o ventilador. depois o rádio. com o CD que eles costumavam ouvir. quando conversavam. depois se amavam. aí ficavam em silêncio. até conversarem de novo. deixaria os cabelos soltos. para que se espalhassem nas almofadas coloridas. agarraria a própria camiseta. como se estivesse cravando as unhas nas costas dele. e sorriria. até chorar de dor. porque tudo o que ela sentia. naquela hora doía.
fazia calor naquela tarde-noite. ela foi até a cozinha. descalça. o piso avermelhado. estava morno. nem quente. nem frio. acariciava os pés da menina. que abria a geladeira lentamente. como se estivesse fazendo uma força mortal. olhou vagarosamente para o que tinha ali. mas não tinha olhos. para diferenças. por isso pegou a primeira garrafa verde que viu. era um vinho. gelado. como o coração dela. que fora dele. quer dizer. era dela. mas que guardava ele. sentou aos pés da pia. e com os joelhos dobrados. tomou o vinho. que logo desmembrou algumas lembranças. distantes. ou recentes. ela largou o vinho. tocou os olhos. como se quisesse mantê-los fechados. se levantou. apoiou as mãos na mesa. que tinha as frutas que ele gostava de comer pela manhã. não aguentava mais esperar. por um tempo que parecia estar parado. se ele pelo menos ligasse. aparecesse de surpresa. ela estaria ali. como havia prometido. cheia de novidades. intensa de emoções. e pronta.

domingo, 12 de outubro de 2008

O jargão da mulher.

mulher é complicada. é o que dizem por aí. coisa da qual eu sempre discordei. mas ao parar pra pensar. pode ser. simples é que esse ser não é. pense comigo. mulher não vive. compete. o peso é sempre pesado. o cabelo que é colorido demais. as unhas que estão compridas de menos. os homens que faltam. a outra. tão cobiçada. tem culote. e na boca tem bigode. a cama de uma é mais ativa. a da outra é sempre tão normal. pouco criativa aquela. sem contar as roupas. homem não repara. mas a outra vai perceber que o sapato é da mesma cor que a bolsa. e a blusa combina com o detalhe da calça. e é assim. por mais companheiras que sejam. por mais desconhecidas que pareçam. mulher é mulher. aqui. ou acolá. no inglês. no francês. no brasileiro. no estrangeiro. mas é engraçado. como funciona. como aciona o olhar. como é doce. o jeito de falar. mulher nunca tem tempo. mas sempre marca hora em tudo. mulher tem medo de envelhecer. mas nunca dá um parecer. mulher quer filhos. mulher quer tempo. mulher quer cama. mesa. e banho. mulher tem cheiro de flor. mesmo sem prefume. mulher faz falta.
opinião. força. compreensão. pele. e fala. fala. fala. não pára. não cansa. não descansa. tem jeito pra tudo. conhece o mundo. decifra pessoas. comenta atos. desfaz fatos. mas é mulher. e mulher pode tudo. até acordar descabelada. sem maquiagem. e salto. porque é especial. faça chuva. ou sol. janela aberta. ou fechada. mulher é assim. de um jeito simples. mas tão complicada.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

uma caixinha e outra história

Estava ali do lado. No canto mais escuro da sala.
continuava empoeirada. jogada. parecia meio aberta. talvez tivesse quebrado quando foi jogada. no último sábado de outono. ela não queria tocar naquela caixa de novo. talvez se não fosse vermelha. ou se não oferecesse tanto perigo. toda vez que era aberta. transformava qualquer idéia em verdade. e fazia com que a garota. se sentisse a dona daquelas verdades. como se fosse a única a possui-las. mas. haviam milhares de caixas vermelhas dessas por aí. levantou do sofá. foi olhar na janela. a rua estava vazia. como ela. sabia que era por causa da chuva. as pessoas se escondiam. como ela. ficavam protegidas. mas talvez não estivessem sozinhas. como ela. uns dias átras tinha recebido algumas visitas. o que sobrou. foram pratos sujos. copos quebrados. noites acordadas. e algumas risadas. que lhe fizeram tanto bem. era estranho estar ali. por ela. trocaria de país. naquele lugar aconteciam poucas coisas. queria ir pra um lugar maior. conhecer gente diferente. que vive em cabana. que mora no mato. e não tem animais de estimação. ouviu um barulho vindo do computador. era a caixa de e-mail. recebera uma mensagem dele. ahhh. ele fazia tanta falta. o cheiro. os braços. a cama. o papo. mas vivia tão longe. nunca podia vê-la. por isso ela se afastava. e ele não percebia. ela tinha medo de desejar demais. e ele não voltar. por isso aguardava. esperava. roía unhas. escrevia histórias. e ficava sozinha. cada frase que lia. sentia mais saudade. e gostava mais. depois de um tempo. pensava. e se afastava. não podia amar alguém que não era só dela. nem mesmo procurava por ela. era loucura. e apesar de muitas pessoas definirem amor assim. uma coisa louca. ela escolhia todo tempo. a lucidez. seria dele algumas noites. até ele ir embora de novo. e telefonar de vez em quando. então ela tomou uma decisão. teria outro. pertecenria a outro. e foi. seu novo companheiro era chamado solidão. esse que não partiria. esse que não a deixava. esse que ligava todos os dias. e a sucumbia todas as noites. esse que estava ali. e era de alguém assim que ela precisava. alguém que a tornasse prioridade. que a trouxesse segurança. mesmo que não lhe desse felicidade.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

CaOs

Fiquei assim. revoltada. e perplexa. essas eleições acabaram com qualquer esperança possível. existente naquela cidade do interior. o povo. ao invés de mudança. votou na corrupção. esta que estava nítida. como pode? não entendo. de verdade. como é que as pessoas reclamam. e quando podem mudar. escolhem o mesmo caminho. depois voltam a reclamar. e dizer que não podem fazer nada. será que é tão difícil. depois de tudo o que já lutamos pra monopolizar esta arma em nossas mãos. depois de tanta gente morta. torturada. e expulsa da nação. depois de vidros quebrados. nomes trocados. esconderijos. o voto. é assim. vendido. não pensado. depois eu ainda passo noites pensando. e acreditando. que agora as coisas podem ser diferentes. acho que não. se houver alguma transição. vai ser ela pra pior forma possível.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008


"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta.
A gente cresce, através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.
Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

Jonh Lennon

P.s:
Faço das dele...as minhas palavras!