terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Austrália

Os dias andam passando depressa e logo vou embora. não, não é pra sempre. é uma ida breve. mas já sinto saudades. prometi aos amigos olhar as estrelas quando me sentir sozinha do outro lado do mundo. e também prometi ao meu amor que olharia a lua quando a distância estivesse grande demais. Agora faço novos planos. é hora de arrumar as malas. escolher algumas fotos. e esperar. bem pouquinho. porque os dias andam passando depressa...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ela disse isso...

Sabe qual é meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia.
Que um dia imagine o quanto teria sido ótimo estar ao meu lado, mesmo quando eu estava gripada. No entanto, sei que você está a cada dia que passa mais fugidio. E eu me limito a me surpreender com as circunstâncias da vida.
Que me levaram a viver esse papel: o da mulher que quer mais um pouquinho. Constrange-me existir esse personagem Chico Buarque, dolorida, bonita, sendo assim, meio tonta, meio insistente, até meio chata. Nunca precisei aborrecer
ninguém antes, então atuo por instinto, cansando-me facilmente. E que fique claro que não é por estar você dessa forma, tão esquivo, que o desejo tanto. Desejo-o porque desejo. Estúpida. Latina. Bethânia. Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um verso em atitude.

(Fernanda Young)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eleições do Brasil!

O senador Cristovam Buarque postou a seguinte frase no twitter: " Segundo turno é coisa boa, ruim é não aproveitá-lo para debater os rumos do País ".
Eu discordo em partes! Segundo turno vai deixar as coisas ainda piores, afinal de contas os partidos farão alianças até com a sogra do presidente do partido X para obter mais votos e isso acarreta na terrível e errada distribuição de cargos, ministérios e secretarias do nosso país. Triste. Bastante triste foi como eu me senti ao levantar da cama no último domingo para ir as urnas exercer a democracia cidadã do meu país. Nenhum lado parecia bom o suficiente. Me pareciam todos iguais com maquiagens diferentes. Pareciam discursar palavras decoradas em que não acreditavam. As promessas vazias. Os trajes de grifes carérrimas. E a falta de preocupação com o nosso povo. Eu que já lutei pela igualdade em oportunidades para todos que nascem ou chegam nessa terrinha maravilhosa que chamamos de Brasil. Hoje me desiludo em dizer que um "palhaço" foi o deputado mais votado. Era para ser engraçado? Pois em mim causou grande espanto e um pouco de medo. Em que lugar exatamente queremos chegar ao elegermos alguém com pouco ou sem preparo algum para criar as leis que vamos seguir? Quero deixar claro que me divirto com o humorista Tiririca, mas daí a elegê-lo a representate do povo e criador de regras. Não, não. Isso eu já não posso achar graça e nem dar risada da situação. Confesso que ando meio preocupada com os rumos que a grande nação Emergente brasileira irá tomar nos próximos quatro anos...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Austrália - parte 1

Qualquer pessoa do mundo tem pelo menos um sonho na vida. Eu tenho vários. Incontáveis. Um deles comecei a realizar. Em janeiro embarco para a Austrália. A maior aventura dos meus quase 22 anos. Sempre quis morar em outro país. conhecer outra cultura. falar muito bem inglês para conseguir um bom emprego no futuro. com o final da faculdade chegando. decidi que este era o momento. as coisas tinham que acontecer agora.
Primeira grande dúvida: para onde ir? o mundo tem tantos lugares bacanas que tem o inglês como língua oficial. Inglaterra ou EUA?
Inglaterra parece bacana. EUA também. Mas são países complicados demais. o visto demoraria bastante tempo para sair. Inverno pesado de começo de ano por lá. um pouco de preconceito com latino americanos. então comecei a pensar em outro país. Austrália parecia uma boa ideia. temperatura parecida com a do Brasil. Um país do tamanho do Brasil contendo o mesmo tanto de gente que São Paulo. Ou seja. turistas são bem vindos neste local. O visto sairia em três meses. e eu teria permissão para estudar e trabalhar para me sustentar. eu poderia escolher uma boa universidade pra estudar durante esta temporada. me pareceu ideal.
Segundo passo foi procurar brasileiros que moram ou moraram por algum tempo na Austrália e até mesmo em outros países. Austrália saiu na frente em todos os quesitos que eu procurava. Decidido.
Depois é preciso procurar uma boa agência para dar o maior suporte possível durante todo o processo. inclusive enquanto eu estiver por lá. Encontrado.
Então as coisas precisam começar a caminhar...documentação infindável, pagamentos, exames médicos, compra de passagem. muita preocupação. ansiedade. um pouco de medo também. porque quando tudo começa a se ajeitar aí você pensa: E agora? Vou estar do outro lado do mundo, sem conhecer ninguém, distante da minha família, do meu namorado. E se eu tiver dor de barriga ou quebrar o pé? E se eu chegar lá e me perder num lugar que não conheço? E se eu não aguentar de saudade e quiser voltar. E se isso...e se aquilo...

(CONTINUA...)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

- Vamos fazer uma grande loucura agora?
- Que tipo de loucura?
- Tipo loucura. não sei.
- Ahhh! não gosto de fugir do padrão. das regras. melhor ficarmos assim. meio sem graça mesmo.
- Não. não...eu quero fazer alguma coisa. que tal se a gente fugir juntos.
- Pra onde?
- Pra qualquer lugar. isso não importa. Roma. Inglaterra. Austrália. Bariloche. Ou logo aqui na cidade do lado.
- Qual cidade? estou em um lugar e você em outro. nossa partida seria onde?
- É uma loucura. não tem princípio. não tem coisas certas. a gente vai e pronto.
- Ainda não sei. gosto das coisas certas. sem pular etapas.
- Eu já não me importo com essas coisas. só queria mesmo é fugir com você...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

De verdade!

- Você acha que nosso amor é perfeito?
- Não.
- Por quê?
- Porque o amor verdadeiro é imperfeito. não é ideal.
- Por quê?
- Porque não vivemos dentro de um filme romântico que tem um final feliz. Podemos ter vários finais. vários começos. vários meios.
- Por quê?
- Porque não existe uma fórmula para o amor. construimos nossa história todos os dias.
- Mas então o que temos?
- Você tem a mim e eu tenho você.
- E o que mais?
- Não precisamos de mais nada.
- E a gente vive de amor?
- A gente vive das coisas que nosso amor constrói.
- Mas você disse que somos imperfeitos.
- Nosso amor é imperfeito. porque é de verdade. vamos nos amar todos os dias. discordar com alguma frequencia. você vai falar demais. eu vou ficar calado. mas ainda assim. teremos um ao outro.
- Eu amo você.
- Eu amo você. e sou feliz por divir todos os erros e acertos. o frio e o calor. a cama e a coberta. e os nossos momentos.

sábado, 21 de agosto de 2010

Não é porque chove e faz frio. ou porque o tempo é quente e faz sol. é porque te amo que preciso te ver.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

mais ou menos assim

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.
(Martha Medeiros)


eu só preciso do suficiente. preciso de você do jeito que é. não precisa criar personagens. nem inventar histórias. basta que seja sincero.
Se realcionar: você deixa de estar só para estar com alguém. passa a receber telefonemas. fazer planos (nada de tão grandioso, mas o que vão fazer no próximo final de semana quando se encontrarem). sente tanta saudade que parece que vai sufocar em alguns momentos. toda vez que alguém ama. exagera. isso passa. a arritimia logo estabiliza. e então você percebe que tem que ter seus amigos. assim como ele deve ter os dele. a solidão nem sempre é tão ruim. tem horas que é bom estar sozinho. vai entender que de quarta-feira ele vai jogar bola com os amigos. e você pode combinar uma reuniãozinha com as amigas. e isso não é o fim do mundo. mas claro. tudo tem limite. vocês vão passar um bom tempo juntos. pelo menos desejar que isso aconteça. e que não acabe tão rápido. vocês vão dividir segredos. e falarem sobre tudo. não terão vergonha de dizer que sentem medo. nem de contar como você caiu no meio da rua e todo deu risada. também vão ajudar um ao outro. resolver problemas. para que tudo pareça menos difícil. você vai lembrar do prato predileto dele. não só porque ele te contou isso há alguns anos atrás. mas porque você viu como ele pede a mesma coisa em todos os lugares. qualquer dia vão fazer uma loucura e viajarem sem destino. só pra sair da rotina. depois vão se adaptar a rotina. pois foi a rotina que fez com que se conhecessem tão bem. vão querer se ver mais vezes por semana. e por fim perceberem que mesmo que isso não seja possível. um vai esperar o outro com a ansiedade de uma criança que espera uma surpresa. às vezes vão brigar. porque todas as pessoas são diferentes. e ninguém precisa concordar com tudo. basta que conversem e se entendam. vão crescer juntos. mudarem de fase. e continuarem se amando.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Confissão

"Eu briguei com Deus porque ele tirou de mim a pessoa que eu mais amava (e amo) no mundo. A única que entendia meus caprichos, freava meus exageros, acariciava meus cabelos em momentos de desespero e me apoiava..."
Saudades eternas tia-madrinha, mãe, melhor amiga...

Saudades de você Luzia, a melhor pessoa que já conheci.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Insensatez

Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...)

(Caio Fernando Abreu)

Ela: Você me assusta?
Ele: Por quê?
Ela: Essa sua ausência, indiferença, abandono...não sei explicar.
Ele: Mas nos falamos todo dia.
Ela: Não te vejo e você está sempre tão distante.
Ele: Tenho minha vida.
Ela: É...é mesmo. Eu acho que não faço parte dela, isso dói.
Ele: Você faz parte de tudo. sempre fez.
Ela: Não entendo você. É tão frio. E depois me diz essas coisas que parecem tão falsas, mesmo que eu queira acreditar.
Ele: Eu amo você, esse é meu jeito, você disse que ia entender.
Ela: Eu menti, não entendo tua frieza. Preciso de mais afeto. Preciso de mais você.
Ele: Eu amo você.
Ela: Também te amo. Mas conviver com isso é um abandono. É estar sempre só. Sem apoio.
Ele: Estou do seu lado.
Ela: Mas me sinto sozinha. Você não vem me ver, mesmo estando tão perto.
Ele: Me desculpa. Vou mudar. Qualquer hora eu apareço.
Ela: ...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

V.O.C.Ê!

Me apaixono por você todos os dias. escolhi você para dividir momentos. guardar segredos. sentir saudades. telefonar de madrugada. beber com ou sem limite. dividir a cama. morrer de rir. ou cansar de chorar.
motivos não me faltam. existem tantos mais deles.
sei que ainda teremos um milhão de brigas pela frente. outras tantas cenas de ciúmes. e até indiferença. sentirei saudade agora ou daqui a dez anos quando tiver que partir. guardarei seu cheiro mesmo quando você não dormir ao meu lado. ficarei confusa sobre tudo. e sobre todos. inclusive você. mas não faço por mal. é por medo que me perco. mas logo me encontro. e percebo que continuo me apaixonando por você. mais uma vez. mais um dia.
vou continuar sem entender suas ausências indefinidas. e odiar quando você me disser não. vou continuar esperando as poucas surpresas que você me faz. vou continuar adorarando o jeito como (des)arruma o cabelo. também vou continuar amando seus beijos. e os abraços apertados.
depois de tanto tempo. não vou mais falar o que você deve ou não fazer. vou me adaptar as suas escolhas. e fazer as minhas. mesmo que tenha que viver coisas sem você. agora não somos mais adolescentes. dependentes. e infantis. somos adultos. por isso não me meto mais. espero que entenda a escassez de pedidos. e de atenção.
eu continuo falando demais. fazendo mil coisas ao mesmo tempo. gostando de futebol. e te querendo em exagero.
meu desejo é que nuca acabe...

p.s: tinha tanta coisa pra dizer...mas não escrevo!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Noites frias


Estava a menina com três ou quatro blusas naquela noite fria. Parou numa padaria. comprou uma água.
-Moça, seu troco...
-Calma...mas eu te dei 5 reais, porque você está me devolvendo 8?
-Não moça, você está enganada. você me deu 10. num deu?
Ficou confusa no mesmo momento. mesmo tendo tanta certeza alguns minutos antes. ali naquela padaria vazia. percebia o quanto não sabia das coisas. ou as pessoas é que não sabiam. foi tomando a água gelada. e sentiu mais frio. a moça estava sozinha. mas não achava ruim. as pessoas iam e vinham mesmo. o tempo todo. às vezes a procuravam. telefonavam. depois desapareciam. ou marcavam encontros que não iam. aí ela ficava só com ela mesma. era mais seguro.
outro dia por exemplo recebeu um e-mail de um velho conhecido. ele disse que precisava vê-la. conversar com ela. falar sobre sabe-se-lá-o-quê. ela disse que estava ocupada. e estava mesmo. mas também queria se proteger em casa. do frio. ou das pessoas. pediu para que ele esperasse para depois. mas agora ele sumiu de vez. é por isso que a menina diz que é melhor se prevenir. frio dá gripe. e ela não gosta de ficar doente. sentir dores. ou sentir saudades...

imagem: Devianart

terça-feira, 13 de abril de 2010

sem Pressa

Tem coisas que a gente aprende com o tempo. hoje já não tenho mais pressa, amor. eu gosto de como você chega de mansinho. como me telefona todos os dias pra saber se estou bem. gosto também de sentir saudades de você. mas calma! Estou gostando disso tudo. de como as coisas acontecem. de como você fica cada vez mais preocupado comigo. é divertido te ver me desejando. e me querendo. e eu te ignorando. mas é só pra me proteger. já me entreguei outras vezes. de uma vez só. me estatelei. foi um desses acidentes de feridas ardidas. agora já sarei.por isso sou daquelas que esperam. não é você sou eu. assim eu me divirto um pouco. e você gosta. eu sei.
basta que eu me esqueça de você por um dia para você quase morrer de susto. já te disse. calma. eu estou aqui. sou sua. pelo menos por agora. neste momento. eu gosto de pouquinho. porque depois a gente junta tudo. quando você se der conta. já estaremos loucos. jogados. entregues. ou seremos bons amigos. não sei se você sabe. mas a vida tem dessas coisas. nada é concreto. e tudo é muito relativo. por isso que não tenho pressa. as pessoas que correm demais. deixam coisas pelo caminho. e também não tem tempo para desviar o olhar para as coisas à sua volta. por isso vamos andando. parando. descansando. dando boas risadas. contando várias histórias. é assim que a gente descobre o que é bonito. não tem outro jeito. e quem sabe o que pode acontecer. se sentir vontade vem comigo. e descobrimos juntos...

sábado, 27 de março de 2010

Essa vida...

Resta pouco tempo para todas as outras coisas. Isto é um fato. estamos presos ao tempo. Isto é outro fato. e passamos por tanta coisa. conhecemos pessoas. sentimos.

falta de amor. viagem sem volta. essas coisas marcam as pessoas. e tudo o que parece certo. fica imperfeito. dolorido. mas aprendi que todo sentimento é bem-vindo. é secreto. e a gente sente sozinho. às vezes a gente ri por fora e chora por dentro. e tudo parece normal. mas o tempo passa e a gente aprende. supera.

quanto aos amores que a gente tem na vida. um amor chega devagarzinho na nossa vida. e nos faz acreditar em tudo de novo. e com paciência esse alguém que ama de verdade espera por você. seu tempo. seu medo. você. não importa se você tenha desistido dessa coisa de ter alguém. você faz jogo duro. diz que não acredita mais em promessas de amor. e que sua vida é ser assim. sozinha. mas aí o tempo passa mais um pouquinho. e esse alguém acaba te encantando pelo jeito que fala. pela camisa pra fora da calça que usa. pelo cabelo desarrumado. pelos telefonemas de madrugada. pela preocupação que tem por você. por lembrar daquele chocolate que você comeu uma vez e gostou. aprendi que a vida é relativa. e pode ser intensa. é relativo porque. o que é bom pra mim. pode não ser pra ele.pra ela. pra você. é relativo porque sentimentos dependem de quem. e do que. é relativo. porque cada coisa tem seu jeito. é relativo porque pra sempre. pode ser até breve. é relativo porque a gente se confunde o tempo todo. é relativo porque cada um tem um tempo. é relativo porque é incerto. é relativo porque apenas alguns sortudos encontram a pessoa certa de cara. enquanto isso a gente vai tentando. e amando se apaixonando.

quanto as viagens sem volta. isso dói. porque quem vai não volta. e esse tipo de coisa é insubstituivel. a gente sabe que morre. mas não aprende a encarar perdas. ninguém ensina isso na escola. nem na vida. e aí sem mais nem menos. acaba. um ponto final numa história cheia de vírgulas e continuidades. e a gente aceita. em partes. todas as manhãs ao acordar você vai pensar nela. e vai chorar escondido. e vai sentir saudades. e vai lembrar das coisas que ela gostava. e vai continuar esperando ela aparecer de surpresa. e vai sonhar com ela. e vai comprar um presente de aniversário pra ela. e vai olhar as fotos uma,duas...dez mil vezes só pra ver ela sorrir de novo. e aí você percebe que ela vai estar em você pra sempre. em qualquer coisa que faça. com qualquer pessoa que ande. em cada lugar novo ou velho que você pisar. e tudo isso dói. dói não tocar nas mãos pequenas dela. dói não ouvir ela falar por horas. dói não ver ela sorrir. dói não poder abraçar. beijar. ficar em silêncio com ela. dói tudo isso. porque amor de mãe é pra sempre. e ninguém muda isso.

Existem três tipos de amor.
Amor de sangue. é o único que é pra sempre. eterno. insubstituível. companheiro. permanente.
Amor de amigo. não de colega. amigo você encontra um ou dois. se tiver sorte. encontra três. esses são aquelas pessoas que falam verdades pra você. que te acompanha no momento mais terrível da sua vida. que dá um milhão de risadas ao seu lado. que não se importa se você é rico ou pobre. amigo de verdade são poucos. acreditem. não existe uma turma de amigos. podem ser colegas. mas não amigos.
Por fim, tem o amor de relacionamento. homem mulher. essa coisa de pele. planos. e intensidades. esse amor é relativo. depende de quem. como. quando. este a gente passa a vida toda vivendo ou procurando.

terça-feira, 23 de março de 2010

Já não dormia mais de noite. e bem pouco de dia. cansava às vezes. mas depois esquecia e continuava. a vida da menina de anel nos dedos. e tiara na cabeça. era assim. meio cheia de coisas mesmo. pessoas iam. depois voltavam. ou ficavam. ela se acostumou com os passageiros do seu caminho cheio de mata e pedregulhos. um dia chovia. depois fazia sol. confundia todas as coisas. de tanto assunto que tinha. de tanta gente que partia. e tanta coisa que sumia.

ahhh! se vocês soubessem das novidades...

Outra hora a menina conta!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Martha Medeiros

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Luzia


É tão estranho/Os bons morrem jovens/Assim parece ser/Quando me lembro de você/
Que acabou indo embora/Cedo demais/Quando eu lhe dizia:/"- Me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada."/Você sorriu e disse:/"- Eu gosto de você também."
Só que você foi embora cedo demais/Eu continuo aqui,/Com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim/Um dia de chuva, um dia de sol/E o que sinto não sei dizer/Vai com os anjos! vai em paz/Era assim todo dia de tarde/A descoberta da amizade/Até a próxima vez/É tão estranho/Os bons morrem antes/Me lembro de você
E de tanta gente que se foi/Cedo demais/E cedo demais/Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis/Só não aprendi a perder/E eu, que tive um começo feliz/Do resto não sei dizer/Lembro das tardes que passamos juntos/Não é sempre mais eu sei/Que você está bem agora/Só que este ano/O verão acabou/Cedo demais/
(Love in the afternoon- Renato Russo)

Você faz tanta falta aqui Tia Lú...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Maria e João

Era o sétimo filho de João e Maria. não bastasse isso. tinha vindo fora de época. cresceu sozinho. sem muitos amigos. dentro do barraco de madeira. na periferia do Rio de Janeiro. Estudou só até a quarta série. e logo começou a trabalhar. a mãe que era cozinheira de uma família rica. e o pai que era porteiro de um prédio no Leblon. nem percebiam no que ele se transformava. no meio do seu novo emprego. era conhecido como bolinha. não porque fosse gordo. mas por ser tão magro e ter pernas finas. avião. era esse o seu cargo. subia aqueles degraus turvos dia e noite. ganhava alguns trocados. depois dava um tapa de noite. nunca fora pego. e sempre quis ser como o chefe. esse era moreno. alto. e forte. conhecido pelo nome de O grande. era temido. e tinha algumas mulheres.
- Pô Grande, quero ser assim, como você!
-Tá querendo me tirar da parada muleque?
-Não... não...sou brother, mano!
Foi assim que ele cresceu. sem muitos sonhos. mas com um projeto. seria o chefe um dia. conhecia todos os rivais. e sentia ódio deles. mesmo sem nunca ter visto nenhum de perto.
alguns anos passados. agora bolinha já era segurança do chefe. cuidava dos embaladores. quem não ficasse esperto. tomava uma bala. na cabeça. ele parecia não ser gente. não tinha pena. não tinha laços. tinha algumas paixonites. mas nada demais. tivera quatro filhas. antes mesmo de completar vinte e um. a mãe agora aposentada. pedia. implorava. para que ele procurasse emprego. assinasse carteira. saisse daquela vida. mas ele era bom naquilo. não sabia fazer mais nada. ou pelo menos acreditava nisso.
- Bolinha, te prepara, amanhã vai ter festa no morro.
-Sussa brother...eu apareço.
a festa não era funk. nem envolvia pessoas felizes. dançando e cantando. falavam de tomar o ponto da esquina de baixo. que era usado para a venda de drogas. e estava tomado pelos alemães. seria uma guerra. perigosa. e estava sendo planejada há algumas semanas. o horário marcado era às onze. e Bolinha. começou a se preparar. primeiro comeu um prato de arroz feijão. com um grande ovo em cima. depois colocou a bermuda azul já desgastada. pegou Mariana. sua arma de estimação. colocou um boné vermelho. e foi. cheio de si. sem medo. nem receio. seria rei naquela noite. comandaria tudo.
o tiroteio começou na hora marcada. as pessoas que estavam no bar do mineiro. que era na frente da tal esquina. começaram a correr e se abaixar. os alemães não tiveram muita reação. foram pegos de surpresa. e estavam em número menor. a conquista foi mais fácil do que havia imaginado. logo que percebeu a desistência do adversário. subiu na mesa. e gritou que era rei.
-O ponto é nosso, seus merda!!!
no outro dia. as pessoas desviavam dele no morro. abaixavam a cabeça. mostravam respeito. era rei. tinha conseguido. com apenas vinte anos. era o maior dos homens no morro. à noite foi até o bar do zé padoca. pediu uma cerveja. e contava piadas para os companheiros. quando ouviu um barulho. que pareciam tiros. levantou. olhou. e pediu para que se preparassem. ele iria ver o que estava acontecendo. desceu pelas vielas. como um fantasma. conhecia cada canto daqueles becos. de repente. em uma das esquinas. viu os alemão.
-Viados... catando meus laranja!
num salto para o lado. deu o primeiro tiro. e correu para outro canto.estavam em muitos. parecia um exército. e ele. o rei. sozinho.
-Ahhh seu merda- disse o traficante do morro vizinho- num treme não. tu vai morrer viado.
-errou. seu merda. quem vai morrer é você!- disse bolinha.
e num jingado de corpo. se virou e atirou. acertou a perna do inimigo. os outros meteram bala nele. tomou mais de quarenta tiros. morreu ali. com sua companheira inseparável Mariana. os alemão sumiram. e quando os homens de Bolinha chegaram. pegaram o corpo dele. carregaram até a porta de Maria e João. tocaram a campainha. já passava das onze. ficaram esperando alguém sair.
-Meu Deus...-levou as mãos na boca. e amoleceu as pernas. Maria não queria acreditar que era Marcelo. o bolinha.
-Desculpa. não pudemos evitar. aqui está mariana- disse de cabeça baixa o Grande.- ele morreu como herói do morro.
-filho. eu te falei tanto pra procurar um emprego.- segurou a cabeça dele. como se tentasse fazê-lo acordar- agora é assim que você chega em casa.
a dor da mãe era sofrida. sentia-se culpada. por não ter evitado. não ter feito ele estudar. e ser alguém. no fundo talvez soubesse. que a culpa nãe era dela. nem de João. que se mantinha firme naquela hora. mas do mundo. que algumas(muitas) vezes. se ausentou. fechou os olhos. assim como eles. que eram os pais. como ele poderia estudar. se mal tinha comida em casa. e como seria alguém. se lutara a vida inteira apenas para ser o rei do morro.

sábado, 13 de fevereiro de 2010


"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"(O teatro Mágico)



foi assim de repente que ele partiu. não disse pra onde ia. ou se ia voltar. mas ela esperou. os dias passaram. as noites vieram. e ela ainda o amava. perdoaria o impulso contraditório que ele teve no meio da semana. queria dizer que não se importava. também estava cansada de algumas coisas. a distância ainda doia nela. mas ia passar. mesmo que ela não quisesse se proteger em outros braços que não fossem o dele. mesmo que ela não quisesse conhecer outro cheiro que não fosse o dele. mesmo que ela não quisesse beijar outros lábios que não fossem os dele. mesmo que ele não a amasse mais.
queria entender o que não se explicava. o que ele não tinha dito. o que jamais compreenderia. será que ele cansou dela falar demais. ou cansou dela querer só ele. ou cansou dos planos do futuro que haviam feito. ou cansou do cheiro que ela tinha. ou cansou da vida correta e regrada que ela levava. ou apenas cansou-se de tudo isso.
ela tinha se dado de todo pra ele. que já nem sabia mais ser dela. era estranho sair nos mesmos lugares sem ele. parecia errado acordar e não pensar nele. por isso pensava. mesmo que não dissesse nada pra ninguém. não chorava mais. depois de sentir a dor mais forte que havia sentido na vida. aprendeu a se conter. guardava o amor por ele em segredo do mundo.

na verdade. a menina ainda atendia o telefone desejando que fosse ele. atendia a campanhia arrumada. pois podia ser ele. olhava nas caixas de correio pra ver se tinha cartas dele.

um dia se cansaria. e então o esqueceria. sabia que sinceramente não poderia esquecer dele. mas depois de algum tempo de dor. ela não mais iria esperar. a saudade continuaria apertando o peito.

Qualquer hora alguém ia amar ela. e isso seria suficiente.

Para B.

"Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer." (Martha Medeiros)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Amo a liberdade,por isso deixo as coisas que amo livres. Se voltarem é porque as possuí, se não voltarem é porque nunca as tive...

John Lennon

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

mais que isso. não conhecia ele. não de verdade. não sabia qual filme ele preferia. nem o que ele gostava de comer no café da manhã. mas já gostava dele. o menino de cabelos negros e olhos esverdeados. sorria doce pra ela todas as tardes. agora a menina de fitas vermelhas no cabelo tinha se mudado. morava numa casa amarela. de cortinas azuladas. tinha ainda poucas coisas. não gostava de viver das lembranças. era nova. era a mesma. mas ainda assim era diferente. agora tinha novos sonhos. uma nova música. e um novo amor. era assim a menina de fitas vermelhas. sem ressentimentos. sem vaidades. apenas simples.
não dormia a noite. nem corria no final da tarde. mas vivia intensamente cada segundo das suas novidades. queria descobrir qual era cor que ele preferia. se gostava de fotografia como ela. se lia bastante. se gostava de futebol e de viajar.
enquanto isso.sem saber. a menina construia sua nova história. sem inicio. nem meio. e sem final pré-datado. gostava de deixar as coisas acontecerem e as supresas aparecerem...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


"Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem".
(Caio Fernando Abreu)


Tinha passado algumas noites sem dormir.incompreendida que era a menina. às vezes era assim perdia o sono. de vez em quando passava noites lendo e ouvindo blues. depois o sol chegava. e ela ia dormir.era toda ao contrário a menina descalça. as palavras saltitavam da cabeça pro papel branco. e depois de organizadas. se perdiam. confundidas as palavras e os passos da menina. os pés já estavam sujos de poeira e de terra. mas ela gostava assim. sentia tudo. eles passavam por tantos lugares. esse era o único jeito dela conhecer todas as coisas. queria tantas coisas. queria voltar alguns anos. balançar no balanço de madeira do fundo do quintal da sua casa de infância. depois queria bolo quente que a vó fazia. ai queria viajar pra um lugar distante. desejou que ele voltasse pra ela. arrependido e apaixonado. depois de tanto querer abriu seu livro de poemas. alimentou se de palavras. então saciada.descansou.

(imagem: http://tertuliacomsotaque.blogspot.com/2009/10/pe-descalco.html)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Clube dos corações solitários

GUERRA. ASSALTO. TORTURA. Uma xícara de café bem quente em um gole só. Frio. Quarenta graus centígrados. Sede. Atropelamento. Dor de dente. Gripe. Ouvir um disco inteiro do Yes. Pepinos. Morder a língua. Trabalhar no fim de semana. Vestibular. Estudar. Ressaca. Chuck Norris em um sábado à tarde. Estar perdido no meio da madrugada naquele bairro em que você jamais pensou que iria entrar, quem dera se perder. Pessoas chatas. Vegetarianos terroristas. Cerimônia de Oscar em versão dublada. Falta de luz sem que você tivesse salvado seu trabalho no micro. Rodar de ano. O aumento do preço dos CDs.
Hoje fiquei boa parte do tempo listando coisas horríveis que podem acontecer com um ser humano. E cheguei à triste conclusão de que nada é pior do que ouvir do seu namorado, aquele que você tem certeza que é o homem da sua vida. Um “Eu não te amo mais”.

(Clube dos corações solitários- André Takeda)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Partida!

Fazia e desfazia as malas. era como se não soubesse se queria mesmo ir embora. ou se ficaria ali. foi até o banheiro e molhou o rosto. nada adiantou. continuou fazendo as malas. pra logo depois desfazê-las. estava embriagada de uma confusão qualquer. de um súbito incessante de não saber das coisas.
talvez não fosse a partida. mas a mulher. que sem saber estava partida.
partia. partida. parte.
que coisa estranha. esperaria ele chegar. pra ver o que faria. se partiria. se ficaria. ela ainda não sabia.