quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Certeza

Como a saudade. uma frase perdida. uns quilômetros a percorrer. tanta coisa. mais nada. fiz versos. escrevi poemas. falei de minhas vedades. vivi algumas mentiras. e pouca coisa mudou. a noite. o dia. a tarde. deitei no chão gelado. desenhei pessoas. rabisquei o nome dele.
-Amanhã você vem me ver?- disse ela no telefone.
-Acho que sim.- disse ele do outro lado da linha.
-Preciso de alguma certeza.
-Por quê?
-Porque sou assim. cheia de coisas certas.
-Mentirosa.
-Não. isso não é verdade.
-Claro que é.
-...
-Você me disse uma vez que seria minha pra sempre. e foi embora.
-Mas voltei...
-E agora disse que é verdade.
-Mas é.
-Espero que sim. porque eu fiquei no mesmo lugar. ouvi suas promessas o tempo todo. e não amei mais ninguém.
-Mas teve outras mulheres.
-Nunca disse que amei elas.
-E daí?
-Você disse que amava pra outros homens. e eu fiquei aqui. desejando que fosse mentira sua.
-É eu menti.
-Eu sabia que era mentira. senão tinha ido embora.
-Pra mim foi verdade. eu e você. só precisava ter certeza.
-Agora você tem?
-Sou uma mulher de certezas. só preciso confirmar primeiro.
-Ahan...
-Por que você aguardou tanto tempo?
-Porque não senti califrios com outra mulher. tentei mas não senti. porque via você nelas. e a comparação que eu fazia. as deixava com pontos negativos.
-Mas eu sou mentirosa. não sou?
-Ás vezes. mas não escolhemos algumas coisas. estar com alguém não é como ir a padaria. nem como comprar carro.
-Por quê?
-Se você não gosta do pão. ou do carro. troca. e compra outro. muda de lugar. amplia horizontes. mas quando se trata de pessoas. e você ama alguém. não consegue trocar. sempre volta no mesmo ponto.
-Que ponto?
-O ponto que te satisfez. o ponto que te fez passar noites acordados. o ponto que te fez sonhar. o ponto que te fez ver todas as pessoas com a mesma cara.
-Você acha essa obsessão normal?
-Não. talvez tenha ficado doente. talvez tenha que evoluir. ou crescer. por enquanto sou o menino que brincava com você. e cantou pra você antes de te pedir em namoro.
Fiquei sem palavras. eu havia errado durante agum tempo. tinha mentido. e me enganado. ele não.
-Amanhã eu vou te ver.- disse ele.
-Tá...
-Que horas?
-Pode ser a noite.-disse ela.
-Thau.
-Tchau.
outro dia ela queria escrever uma carta. pra ele. mas não sabia muito bem o que dizer. já tinha dito tanta coisa. durante tanto tempo. e agora. cheia de si. com tanta certeza. a caneta escorregava. as palavras evacuavam. as linhas entortavam. frases feitas. música. tudo já havia escrito pra ele. ele gostava de levá-la pra casa dele. lá podiam convresar. deitar na cama. trocar suspiros. entrelaçar os braços. desvendar o corpo. ela acariciava os cabelos ondulados dele. ele fechou os olhos. ela pensava em como seriam daqui uns anos. ele sonhava com a boca dela. ela fechou os olhos. precisava dormir também. mas tinha medo. e se acordassse sem ele. e se a mentira agora não fosse mais dela. mas do destino? ela não teria outra chance. nem seuqer contaria história. não morreria. mas viveria sem certeza.

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