quinta-feira, 26 de junho de 2008

O DIA dela.

seus dedos podiam tocar o céu.era como um sonho. Mas era real. Dessa vez as coisas pareciam diferentes. Nada estava fora do lugar. As portas dos armários estavam fechadas. Não havia malas prontas pra partir. Ela tinha encontrado seu lugar. Estava tão perto por tanto tempo. Procurou por inúmeros caminhos. Encontrou tantas pessoas. Sonhou diversas vezes. Agora não precisava mais de ilusões. Ela tinha acordado aquele dia. E ao abrir os olhos decidiu fazer diferente. Cruzar os braços não a tornaria uma mulher. Fechar as janelas não faria com que seus medos ficassem do lado de fora. Apoiou seu pé no all-star roxo. Vestiu uma blusa preta. Óculos escuros. Calça batida. A aparência era do jeito que ela era. Simples. Sem apetrechos. Eram roupas que tocavam seu corpo e mais nada. Leu o jornal. Olhou as fotos na estante. Desligou a tevê. Ligou o rádio. A música fazia com que ela se sentisse melhor. E aquele dia. Era o dia dela. Conseguiu. Despertou. Enfrentou. Cresceu. E o seu sonho era realidade. Bastou que ela abrisse as portas e janelas. E parasse de fugir. Agora acreditava nela mesma. O mundo passou a enxerga-la. Já era tempo. O impulso de levantar a cabeça. Não queria provar nada a ninguém. Era ela por ela. e venceu. Derrotou o caos que o mundo instalara nela. Esbofeteou as crises que não a deixavam levantar. Cortou os cabelos para parecer mais velha. Era adulta. Mesmo que parecesse uma criança. Pensou em comprar um batom vermelho. Deixou isso pra outra hora. Era seu dia. Só seu. Estava na hora de ser repórter da vida. Entrevistar o mundo. Desvendar os mistérios. Driblar os problemas. Transformar indiferenças. e reciclar pensamentos.

Nenhum comentário: