terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mais muito mais.

conheci uma família que me fez sentir pena. eram bonitos. de classe social média alta. não passavam fome. nem dormiam sobre ruas geladas. eram bonitos. pai. mãe. e filha. os pais deviam ter seus quarenta e poucos anos. a filha vinte e poucos. agiam da mesma forma. e por isso senti pena. o pai se vestia como um garotão. e só falava em suas novas aquisições. elogiava o belo corpo que a mulher conseguiu em uma lipo. nas loucas dietas sem comida. e nas longas horas de academia depois do trabalho. a mãe só falava no corpo que tinha. no preço de sua nova roupa. a filha os copiava. a superficialidade era passada dos pais para a filha que se desfazia de quem não tinha sobrenome. o pai disse que se a mãe engordasse. ele largaria dela. a filha por sentir medo. emagrecia cada vez mais. senti pena. não pareciam reais. nem felizes. fugiam do tempo. camuflavam as marcas do conhecimento. exoneravam a verdade. se vendiam todos os dias por padrão.
não acho que amor sobreviva de baixas calorias. tampouco que alguém precise falar em valores não em palavras para ser "bacana" e legal. a vida é muito mais. prefiro falar de lugares. do que de grifes. experimentar novos sabores do que ficar em jejum. ter laços mais fortes do que fracos. preciso de mais proximidade do que de menos. prefiro passar o dia rindo do que preocupada.

será que sou assim tão inocente? ou indecente? ou fora da realidade?

Um comentário:

Camilla Tebet disse...

Né não. Ta certinha vc. Difícil é viver nessa sociedade de valores tão superficiais. Ser outsider hoje é ser saudável de verdade e não lipada.