quinta-feira, 23 de outubro de 2008

o áquario e a selva de pedras

Enquanto olhava aquele aquário. perseguia os peixes. porque sentia ciúme deles. podiam viver naquela bolha de água. mesmo que pequena. parecia interessante. tapou o nariz. prendeu a respiração. queria ver quanto aguentava. não suportava mais a idéia de viver naquela selva de pedras. as pessoas que eram animais. tranformaram o habitat. em algo sujo. feio. sem contar em como se comportavam. agora quando amavam. matavam. ignoravam-se por vaidade. se diferenciavam por cor. se iludiam com egoísmo. se vendiam por status. se maquiavam pra fingir. ela não. queria um viver diferente. queria chorar de saudade. amaria com toda intensidade. não teria cor nenhuma. nem seria vaidosa. porque queria ser só alguém que vive. e isso não significava que tudo seria bom. nem legal. tampouco fácil. ela se divertiria. na medida do possível. quando tivesse que se aborrecer. pronto. se aborreceria. depois iria para uma locadora. alugaria dançando na chuva. estoraria pipoca em casa. e apagaria as luzes. para parecer cinema. e sorriria. depois choraria. então dormiria. e acordaria. tomaria café. se vestiria. iria para o trabalho. cumprimentaria as pessoas na rua. tomaria um ônibus. depois o metrô. seria normal. acontece que o mundo hoje. era estranho. as pessoas se comportavam de uma forma banal. talvez nem fossem mais um animal. eram um monstro. pode ser. é que pareciam. quando falavam e agiam. não. essa coisa toda não era pra ela. porque aquela menina não sabia. como mexer em revólver. nem como bater nas pessoas. sabia no máximo. se irritar. falar algumas coisas. mas depois desculpava-se. tinha medo de ser como eles. ou mesmo de não poder impedi-los. por isso queria que o mundo parasse. este era um brinquedo. do qual ela gostaria de descer. tava enjoada de tanta violência. se tornou intolerante com a dor. sua. e dos outros.

P.S: Este texto foi feito para as pessoas que esqueceram o que é viver. tornaram-se hipócritas. a ponto de fingir. e então. dizem não valer a pena. acredito que para ninguém. a vida tem sempre sabor de leite condensado. alguns momentos sentimos o gosto amargo do jiló. mas continuamos. chorar faz parte. assim como sorrir. perder um companheiro. é normal. dói. depois passa. e mesmo que você nunca o esqueça. você pode ser feliz com outro. e completo também. porque cada um é inteiro. ninguém tem a outra parte. porque ninguém pode ser responsável por outro. além de si mesmo. espero por mim. e por todos. que as pessoas pensem. de verdade. e vejam que as coisas não estão certas. não como estão hoje. e não digo isso apenas pelo que vejo na TV. tanto Eloá. como a menina Isabella. foram vítimas. de nossa indiferença. de nosso descaso. porque achamos que tudo é normal. que é época. não. não é. alguns principios não são deixados no tempo. não importa que alguns anos passem. matar. roubar. machucar. isso nunca vai ser certo. nem ter justificativa. por isso parem de fechar os olhos. e não deixem o mundo degrincolar...

Um comentário:

Sara disse...

Como viver nessa selva de pedras? Como viver essa vida, vida louca, vida breve... A resposta é deixar que ela nos leve?
O que será que há de errado com o mundo? Ou, então, o que será que há de errado conosco, habitantes desse mundo?

Gosto muito do jeito que escreve. Bem intimista.

Beijos... :)