sábado, 6 de junho de 2009

Encruzilhada

Os caminhos pareciam iguais. a placa pendurada com prego enfurrajado estava tão apagada. que mal se via o que estava escrito. a menina de cabelos negros nunca fora de esperas. por isso seguiu logo. caminho qualquer que fosse. foi sozinha. na vida todos eram sós. sempre disse ela. os outros são passageiros. tinha levado consigo algumas fotos pra guardar a memória. tinha vertigem de esquecimento. o vestido azul voava com o vento. ela gostava do vento. pensava que tudo que o tempo levasse. o vento traria de volta. parou por diversas vezes no meio da encruzilhada. decidiu voltar. mas a distância que tinha andado era tanta. que desesperava a menina. tinha que continuar andando. achar uma saída. ou fazer vida ali. a menina fechou os olhos pra brigar com a confusão que sua cabeça fazia. embora nunca tivesse sido de muitas certezas. o redemoinho de pensamentos a enlouquecia.

4 comentários:

Taynar disse...

Se eu ganhasse um euro cada vez que o mesmo pensamento me enloquece...

Beijos, moça!

Ruberto Palazo disse...

"pensava que tudo que o tempo levasse. o vento traria de volta"

Gostei disso.....

Beijos

O Profeta disse...

Mil caminhos
Esta viagem sem velas nem vento
Este barco na bolina das ondas
Esta chuva miúda transborda sentimento

Amarras prendem o gesto
Arrocham um coração que bate incerto
Uma gaivota retoca as penas com espuma
Levanta voo em rumo concreto

Partilha comigo “100 Anos de Ilusão”


Mágico beijo

Paulo Tamburro disse...

LÍ A MAIORIA DOS SEUS TEXTOS E POSSO LHE GARANTIR QUE SÃO EXCEPCIONAIS, INCLUSIVE MUITO JORNALISTA QUE CONHEÇO, NÃO TERIA ESTA CORREÇÃO.

PARABÉNS.

SEREI SEU SEGUIDOR.